Como lidar com a ansiedade e o stress diante da pandemia
Ligo as notícias na hora do almoço e não sinto o gosto da comida, o coração acelera e a respiração fica curta. Só então me dou conta que estou sim sendo afetada emocionalmente pela pandemia. Todos estamos.
A ansiedade está incorporada ao nosso cotidiano – mudanças de emprego, dificuldades no casamento, preocupação com o futuro dos filhos – essas e outras situações nos colocam num incessante estado de preocupação e angústia. A lista é grande de gatilhos e agentes estressores.
A diferença, contudo, de uma ansiedade gerada no contexto do dia-a-dia e uma ansiedade associada a uma doença como a que estamos enfrentando é que no segundo caso há um risco de vida e ele é real. E isto muda tudo!
Se você já sofria de um quadro ansioso antes, pode ser que agora se sinta ainda mais ansioso(a). Repare em seu corpo, sua respiração, em suas horas de sono. Se houve um aumento significativo dos sintomas anteriores, pode ser que você esteja entrando em sofrimento psíquico e ajuda profissional será necessária. Essa ajuda poderá vir por atendimento de um medical coach ou psicólogos.
O importante é entender que você está tendo uma reação normal a uma situação anormal.
Acolha-se. Repare nas reações de seu corpo e na intensidade desse stress adicional. Pontue seu nível de ansiedade. Qual é ele de 01 a 10? Qual era sua pontuação antes da pandemia? Compare.
Permita-se não estar bem. Depois de reconhecer que algo não está bem, que sua ansiedade está aumentada, aceite. Há um problema, ele é real e sua reação é normal. Não se compare a ninguém. Cada um desenvolve uma estratégia, mas todos estão afetados da mesma forma.
Uns dirão que tudo está bem e terão menos horas de sono. Outros comerão ou lavarão as mãos compulsivamente. Outros ainda tentarão expressar seu desconforto nas redes sociais. Não importa sua estratégia para lidar com isto, chegou a hora de reconhecer, acolher e aceitar que algo não vai bem.
Abra-se para olhar seus temores com lupa:
1- Faça uma tabela com quatro colunas
2- Na primeira coluna liste tudo que está lhe inquietando
3- Na coluna do meio coloque um F para temores que são baseados em Fatos reais e presentes e P para temores baseados em Possibilidades
4- Na terceira coluna, coloque o percentual que cada um desses temores tem de realmente acontecer
5- Marque os temores que estão baseados em Possibilidades e com um índice alto de acontecer segundo sua percepção
6- Olhe para esses itens marcados e entenda que são uma criação da sua mente. Não são reais no presente, mesmo que sejam prováveis no futuro. Imagine como se esses itens juntos formassem uma bola. Essa bola teria que cor? Que temperatura? Que textura?
7- Imagine que essa bola tem algo pra te ensinar. Ela está querendo lembrar de algo que tem valor em sua vida. Ela pode estar querendo lhe dar proteção, cuidado, amor, companheirismo. Você aceita esse presente? Como poderia se comprometer a cuidar desse “presente” da melhor maneira possível?
Doenças e riscos de vida podem nos chegar apenas como ameaça, mas podem também ser recebidos como um espaço de aprendizagem. Na verdade é você que decide.
Responda a essas perguntas e repare o que acontece no seu corpo. Como ficou sua respiração? Sua tensão muscular? Seu batimento cardíaco? Caso você tenha sentido um certo relaxamento ao “conversar” com a bola, continue lançando seu olhar para os aprendizados desse tempo conturbado e se permita estar alterado(a).
Quando os agentes estressores forem sendo reduzidos, como a redução futura de más notícias nos jornais, você verá uma melhora em seu estado geral. Caso, contudo, mesmo passando por esse passo a passo você veja suas reações físicas se agravarem, procure ajuda!
Ao reduzir sua ansiedade a níveis gerenciáveis, ou seja, que não lhe impeçam de fazer o que deseja, isto abre espaço para seu autocuidado. Não é possível cuidar de si mesmo quando você está fora de seu centro. Reduzir sua ansiedade, olhando para seus temores, colocando eles em seu real tamanho e aprendendo com eles o que realmente tem valor pra você; tudo isto junto abre campo para uma mudança que pode se estabelecer agora e seguir mesmo depois do fim da pandemia.
E se nada disso puder ser feito, simplesmente reconheça quais são os gatilhos e agentes que são geradores de stress e reduza ou retire a presença dos mesmos.
A redução da ansiedade no contexto da saúde tem um ponto fundamental que trataremos em artigo futuro. Não se trata apenas de reduzir estressores, aumentar o autocuidado, auto-escuta e auto-compaixão. Trata-se também de lembrar quem somos e os recursos que temos para lidar com os problemas que se apresentam.
Por recursos entendemos atitudes, comportamentos, pensamentos, talentos e toda e qualquer característica sua que você possa colocar a serviço de lidar melhor com esse momento.
Para finalizar, liste pois na quarta coluna para cada um dos seus temores, que recursos você poderia colocar a serviço de reduzi-los. Por exemplo, ao meu temor de ser contaminado(a), posso colocar a serviço a minha disciplina. Ao meu temor de ver meus ganhos financeiros reduzidos, posso colocar a serviço a minha criatividade e assim por diante.
E lembre-se, você não está só!
Abraço virtual,
Luciane Schütte
Para apoio de medical coaching online – Agende no What’s App – 61-981870330