Um dos transtornos de ansiedade que pode surgir nesse momento de contato social reduzido é a Agorafobia. Mas o que ela é?
A agorafobia é o medo ou ansiedade de estar em situações ou lugares dos quais não há como escapar facilmente ou onde não haverá ajuda disponível se a pessoa tiver ansiedade intensa. Essas situações ou lugares são com frequência evitados ou suportados com muita angústia.
Exemplos comuns de situações ou lugares que geram medo e ansiedade incluem ficar em uma fila no caixa do banco ou do supermercado, sentar no meio de uma fileira longa de assentos em um cinema ou auditório ou usar transporte público, como ônibus ou avião. Algumas pessoas desenvolvem agorafobia após terem sofrido um ataque de pânico em uma situação como essas. Outras pessoas podem apenas se sentir incomodadas nessas situações sem nunca sofrerem ataques de pânico ou apresentá-los apenas posteriormente. A agorafobia geralmente afeta a vida cotidiana, às vezes de forma tão intensa que a pessoa fica impedida de sair de casa.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um profissional da área com base em critérios específicos. O médico caracteriza a agorafobia quando o medo, a ansiedade ou a mudança de comportamento dura seis meses ou mais e inclui, pelo menos, duas das situações a seguir:
- Usar transporte público
- Estar em um espaço aberto, como em um estacionamento ou em uma feira ao ar livre
- Estar em um espaço fechado, como uma loja ou cinema
- Esperar em uma fila ou estar em uma multidão
- Estar sozinho fora de casa
Os temores precisam envolver a preocupação em ter dificuldade em escapar ou com o fato de que não haverá ajuda disponível se a pessoa ficar em pânico ou incapacitada.
Além disso, todos os quesitos a seguir devem estar presentes:
- Os sintomas são quase sempre gerados pelas mesmas situações
- A pessoa modifica seu comportamento para evitar a situação ou precisa de um acompanhante para conseguir suportá-la
- Os sintomas são desproporcionais ao perigo verdadeiro
- Os sintomas causam angústia significativa ou prejudicam o desempenho de atividades de modo significativo
- Os sintomas não são causados por outro transtorno mental, como fobia social, ou um problema de saúde geral, como doença inflamatória do intestino
Tratamento
O tratamento normalmente se dá por meio de psicoterapia e, se necessário, acompanhamento psiquiátrico. A terapia cognitivo-comportamental pode ser eficaz. Ao ser tratada nessa modalidade, a pessoa aprende a:
- Reconhecer em que momento seus pensamentos estão distorcidos
- Controlar os pensamentos distorcidos
- Modificar seu comportamento adequadamente
Se a agorafobia não for tratada, sua gravidade geralmente vem e vai e pode até mesmo desaparecer sem tratamento formal, talvez porque a pessoa usa sua própria forma de terapia de exposição, se expondo a si mesma repetidamente à situação que desencadeia seus medos até o medo passar. Por sua vez, outras pessoas já não se queixam mais sobre os sintomas de agorafobia, porque aprenderam a evitar as situações (por exemplo, viajar de avião ou multidões) que desencadeiam a ansiedade. No entanto, simplesmente evitar as situações pode limitar significativamente a vida da pessoa. Uma vez que, inicialmente, os tratamentos costumam aumentar a ansiedade, o tratamento da agorafobia (e outros transtornos de ansiedade) frequentemente inclui aprender estratégias de relaxamento.
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