Todos sentimos ansiedade em algum nível. É uma reação normal a uma situação de perigo, pois aumenta nossa atenção e capacidade de reação. Porém, como tudo na vida, ela é boa apenas em moderação. Quando a ansiedade se torna excessiva, ela afeta quase todos os aspectos da nossa existência e pode nos levar à total paralização. Como saber então quando nossa ansiedade está deixando de ser normal e começando a ser patológica? A seguir seguem alguns pontos que caracterizam uma ansiedade que está passando do ponto:
- Intensidade exagerada
A ansiedade patológica tende a ser desmedida se comparada à reação esperada de uma situação. Por exemplo, se sentir ansioso andando sozinho numa rua escura num bairro perigoso é esperado. Contudo, sentir uma ansiedade intensa quando o telefone toca, ao falar com um atendente em uma loja ou tocar uma maçaneta sugerem um nível anormal de ansiedade, pois não é comum essa reação na maioria das pessoas.
- Persistência
Sentir ansiedade pontualmente de vez em quando é normal, mas quando ela começa a ser constante e de longa duração vale nossa atenção
- Interferência
É possível sentir ansiedade e ter uma vida normal, sem interferir no funcionamento social, profissional ou pessoal. Porém, quando a ansiedade se torna patológica ela fica intensa a ponto de influenciar o dia-a-dia da pessoa. Uma pessoa com agorafobia, por exemplo, pode ir ao supermercado às 3 da manhã para evitar ao máximo outras pessoas.
- Ansiedade ou pânico repentino
Ter um aumento de ansiedade é comum, o que não é são picos constantes e repentinos. Vale especial atenção a ataques de pânico repentinos, ainda mais se forem seguidos de constante medo de um novo surto.
- Generalização
Nos transtornos de ansiedade, o medo e a ansiedade tendem a se espalhar e “infectar” outros aspectos. Por exemplo, um medo de multidões pode fazer a pessoa buscar lugares menos movimentados. O medo não vai embora e ela busca cada vez lugares menos movimentados, chegando ao ponto de nem sair de casa.
- Pensamento catastrófico
Pessoas que sofrem de ansiedade clínica tendem a ter pensamentos centrados na ideia de “E se…”, dando atenção a resultados catastróficos das hipóteses. Pensamentos como: “Estou com dificuldade de respirar. Será que vou morrer sufocado?” Alguém com ansiedade social pensa: “E se as pessoas notarem que estou nervosa e pensarem que tenho uma doença mental?” Uma pessoa com ansiedade generalizada poderia pensar: “Se eu não parar de me preocupar, isso vai me enlouquecer.”. Ou seja, a ansiedade envolve uma mudança na nossa forma de pensar. Falaremos mais sobre isso em posts futuros
- Evitação
A maioria das pessoas com transtornos ansiosos tende a evitar as situações que engatilham a ansiedade. Os gatilhos podem ser certas situações (p. ex., lojas lotadas, dirigir em rodovias, dependências públicas, reuniões, salas de cinema, ou igrejas), indivíduos (desconhecidos, pessoas “suspeitas”, autoridades, enfermos, etc.) ou objetos/locais (tais como pontes, túneis, hospitais, certos animais). A evitação pode resolver a ansiedade momentaneamente, porém ela vem a um custo. Cada vez que a evitação “resolve” o problema, nossa tendência é evitar novamente e cada vez mais, podendo chegar ao ponto de total reclusão. Isso está ligado ao ponto anterior de generalização
- Perda de segurança ou do sentimento de tranquilidade
A pessoa que sofre de ansiedade constante raramente tem um período prolongado de tempo com sentimentos de segurança e tranquilidade. Um efeito comum disto está na dificuldade de dormir. Afinal de contas, não é fácil cair no sono se você se sente em perigoso.
Conclusão
Apesar da ansiedade ser um sentimento natural de todo ser humano, isso não justifica ignorá-la quando se torna intensa e constante. É muito difícil aprender a lidar com esses sentimentos sem algum tipo de ajuda, afinal, como disse, a ansiedade muda nossa forma de pensar. Então, se você sente ansiedade constante e algum dos tópicos acima se encaixa na sua situação, busque ajuda, em especial de um psicólogo. Ele te ajudará a aprender sobre si mesmo e a como lidar com seus próprios pensamentos e sentimentos.
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